Taxa Selic: Copom inicia segunda reunião do ano e mercado financeiro espera elevação para 11,75%
Nova taxa Selic deve ser anunciada nesta quarta-feira (16) pelo comitê do Banco Central
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), começa nesta terça-feira (15), a segunda reunião do ano para definir a nova taxa básica de juros do país, a taxa Selic.
A reunião acontece em um momento de incertezas sobre os impactos que a guerra do Leste Europeu podem ter no país a curto e longo prazo, além das próprias questões internas do Brasil.
O mercado financeiro espera um aumento de pelo menos 1 ponto percentual na taxa Selic, aumentando de 10,75% para 11,75% ao ano. A decisão deve ser anunciada pelo comitê amanhã (16), ao fim do dia.
Nas últimas três reuniões do órgão, que acontecem a cada 45 dias, a taxa teve aumento de 1,5 ponto percentual por encontro, vindo em um ritmo de alta incessante ao longo de todo o ano de 2021, se mantendo em 2022.
A possibilidade da redução do aumento da taxa já havia sido sinalizada pelo comitê, apesar da pressão inflacionária, porque as consecutivas elevações ainda estavam sendo sentidas pelo mercado.
No entanto, mesmo com a estimativa de desaceleração da alta, com a guerra e a influência nos combustíveis, que tiveram elevação significativa na última semana, a inflação brasileira pode ser diretamente impactada.
Projeções para o ano
Em sua última edição, o boletim Focus do BC já elevou a previsão da inflação oficial do Brasil para o ano, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 5,65% para 6,45% em 2022.
Esse aumento se deu apenas pelo impacto da alta dos combustíveis, devendo ser elevada novamente caso os aumentos sejam disseminados para outros setores e produtos, como fertilizantes e alimentos.
Durante as reuniões, o Copom deve perseguir a meta de inflação do ano, por meio de sua principal ferramenta, a taxa Selic.
A meta é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), podendo ter intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
A meta inflacionária para 2022 é de 3,5%, podendo atingir em tese a máxima de 5% e a mínima de 2%.
O próprio BC já anunciou que espera que em 2022 o teto da inflação seja ultrapassado, pelo segundo ano consecutivo.
Fonte: Izabella Miranda, Contábeis