PIB em queda faz as taxas curtas de juros recuarem e as demais seguem com viés de alta
O resultado medido pelo IBGE foi pior que a mediana das estimativas de mercado.
Andamos vendo, nos jornais, que a China vem passando por uma transformação profunda. Grandes empresas multadas, personalidades “raptadas”, empresas estrangeiras expulsas do setor de educação formal, entre outros.
O que está acontecendo lá é que o Estado está tentando reverter o processo de abertura econômica feita a duras penas pelo ex-líder Deng Xiaoping. Por trás desta mudança, está tanto uma questão ideológica do novo líder, Xi Jinping, quanto uma necessidade de reação ao avanço dos países ocidentais nas restrições à economia daquele país.
Os Estados Unidos, após se aproveitarem de um período em que compravam produtos baratos do país asiático – e ajustavam a inflação ؘ–, perceberam que a China estava se tornando uma grande ameaça à sua hegemonia. Assim, cortaram laços com os asiáticos e os obrigaram a ter uma política mais restritiva. Por outro lado, o atual líder do gigante oriental tem claro que a “ocidentalização” e a “abertura” chinesas estão levando ao que chamam de “decadência da civilização ocidental”.
Assim, Jinping monta um novo plano no qual a China será mais independente do resto do mundo e lançando mão de ainda mais repressão política interna e menos liberdade econômica. Vários passos já seguem esta direção: brigas com grandes corporações, expulsão de empresas privadas estrangeiras do setor de educação, proibição de abertura de capitais de negócios chineses nos Estados Unidos, entre outros.
Nos últimos dias, Xi Jinping conseguiu uma importante confirmação do partido para a sua política: ficará mais tempo no poder. Desta forma, escreveu a chamada “resolução sobre o Partido Comunista”, que, antes, só havia sido escrita por dois dos chefes de Estado mais proeminentes do último século: Mao Tsé-Tung e Deng Xiaoping. Tudo isso mostra a importância do atual líder chinês para o país asiático, hoje.
O texto mostra muito do que podemos esperar: em sua reflexão sobre o Partido Comunista chinês, coloca-se como aquele que vai levar a China para o futuro. Com uma visão mais personalista, Jinping faz uma análise dos erros de seus antecessores, citando Mao Tsé-Tung 18 vezes – contra apenas seis falando de Deng Xiapong. Tal fato é ilustrativo: enquanto Tsé-Tung foi personalista, fechado e muito autoritário, Xiapong pensou em um país com mais decisões coletivas, aberto ao mundo. Assim, Jinping parece seguir mais um determinado caminho, mesmo fazendo criticas à Revolução Cultural realizada pelo primeiro.
Então, podemos esperar uma China mais fechada para o resto do globo, com mais pressão arbitrária dentro de seu território – e, claro, mais Estado na economia. Isso deve diminuir a produtividade chinesa e, consequentemente, aumentar o preço médio dos produtos, reduzindo o crescimento do país.
Aqui, no Brasil, por nossa vez, vamos viver em um mundo mais inflacionário, com Estados Unidos aumentando os juros, pressionando o nosso câmbio e, talvez, diminuindo o ritmo de compra de commodities, principalmente as metálicas. Temos, enfim, um cenário geral mais inflexível.
Fonte: Contábeis – 03/12/2021
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