MP que altera vale-alimentação e regulamenta o trabalho remoto é publicada

A MP 1.108/2022 restringe a utilização do vale-alimentação, prevê multas em caso de descumprimento e regulamenta o trabalho remoto.

O governo federal publicou nesta segunda-feira (28) a Medida Provisória (MP) nº 1.108/2022 que promove mudanças no auxílio-alimentação e regulamenta o trabalho remoto.

O texto garante que os recursos destinados ao vale-alimentação sejam efetivamente utilizados exclusivamente para o pagamento de refeições em restaurantes ou para a aquisição de alimentos em estabelecimentos comerciais.

Segundo o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, o governo detectou que o auxílio estava sendo usado para outras finalidades como pagamentos de academias de ginástica, TV à cabo, entre outros.

Vale-alimentação

O texto também prevê que o empregador não poderá exigir ou receber da Pessoa Jurídica (PJ) contratada para fornecer o vale-alimentação:

  • qualquer tipo de desconto sobre o valor contratado; 
  • estabelecer prazos de repasse ou pagamento que descaracterizem a natureza pré-paga;
  • receber outras verbas ou benefícios indiretos que não estejam vinculados à promoção de saúde e segurança alimentar do trabalhador.

A medida tem como objetivo acabar com o repasse de recursos entre as empresas que operam esse tipo de auxílio por considerar que onera o trabalhador. 

De acordo com o governo, as empresas que operam o auxílio-alimentação ofereciam descontos para as empresas, mas posteriormente cobravam taxas dos locais onde o auxílio é recebido, como restaurantes e supermercados, que acabavam sendo embutidas no preço cobrado do trabalhador.

O descumprimento das novas medidas acarretará na aplicação de multa no valor de R$ 5.000,00 a R$ 50.000,00, aplicada em dobro em caso de reincidência, sem prejuízo da aplicação de outras penalidades cabíveis pelos órgãos competentes.

Além disso, a empresa poderá ter a inscrição da pessoa jurídica ou o registro das empresas vinculadas aos programas de alimentação do trabalhador cadastradas no Ministério do Trabalho e Previdência canceladas e a perda do incentivo fiscal da pessoa jurídica beneficiária.

A expectativa do governo é que a MP tenha um impacto no valor das refeições, diminuindo o preço, bem como o de gêneros alimentícios.

Trabalho remoto

Quanto ao trabalho remoto, a MP regulamenta a modalidade que poderá ser realizada no modelo híbrido e na contratação com controle de jornada ou por produção.

Além disso, o texto permite a adoção do regime de teletrabalho ou trabalho remoto para estagiários e aprendizes.

A adoção desse modelo de trabalho poderá ser acordada entre o empregador e o trabalhador e deverá seguir regras já previstas na legislação. No caso do controle de jornada, continuam valendo regras como a da intrajornada, pagamento de horas-extras, etc.

O acordo individual entre as partes também poderá dispor sobre os horários e os meios de comunicação entre empregado e empregador.

No caso de trabalho por produção, a MP prevê que não seja aplicado no contrato a previsão de controle de jornada de trabalho, conforme consta na legislação trabalhista. 

Além disso, o texto prevê o reembolso por parte da empresa ao trabalhador de eventuais despesas por conta do trabalho remoto, como custos com internet, energia elétrica, entre outros.

Contudo, prevê que o empregador não será responsável pelas despesas em caso de retorno ao trabalho presencial nos casos em que o empregado optar pela realização do teletrabalho ou trabalho remoto fora da localidade prevista no contrato, exceto se estiver previsto em contrato.

A MP também define as regras aplicáveis ao teletrabalhador que passa a residir em localidade diversa da localidade em que foi contratado. Nesses casos, o texto diz que para efeitos do teletrabalho vale a legislação do trabalhador que celebrou o contrato.

Por fim, a medida dá preferência para que o regime remoto seja adotado por mães e pais de crianças pequenas de até quatro anos ou com filhos com deficiência.

Segundo o ministro, a pandemia de covid-19 mostrou a necessidade de regulamentar o trabalho remoto em várias áreas de atividade. A estimativa do ministério é que a pandemia levou cerca de 8 milhões de trabalhadores para o trabalho remoto.

“Aprendemos ao longo da pandemia um outro potencial a ser explorado no trabalho remoto no Brasil. Em várias atividades se descobriu que o trabalhador responde, às vezes, até com maior produtividade fora do local físico da empresa”, disse o ministro durante a cerimônia no Palácio do Planalto.

Como as MPs têm força de lei, elas começam a valer a partir da publicação no Diário Oficial da União. Mas para virar lei em definitivo é preciso que elas sejam aprovadas pelo Congresso Nacional.

Fonte: Danielle NaderContábeis

IPI: redução do imposto pode chegar a 33%

Imposto sobre Produtos Industrializados teve redução de 25% em fevereiro, mas a alíquota deve diminuir após cálculos da equipe econômica.

A equipe econômica do governo federal pretende reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para 33%, de acordo com o Jornal Metrópoles.

A decisão teria sido tomada após uma reunião do ministro da Economia, Paulo Guedes, com o secretário do Tesouro, Esteves Colnago, e outros integrantes da equipe econômica na noite da última sexta-feira (18).

O plano inicial do governo federal, anunciado no fim de fevereiro, era diminuir a alíquota do imposto em 25%. 

Contudo, o ministro da Economia afirmou em um evento em Fortaleza (CE) que a redução poderia chegar até 35%. 

“Estamos na transição de uma economia dirigista para uma economia baseada em mercado. Cada vez mais forte. Altos impostos para impostos mais baixos. Já estamos começando esse movimento agora. O IPI já decidimos em 25%, estamos conversando, a ideia é reduzir 35% já, já”, afirmou o ministro durante o evento.

A mudança de percentual foi reajustada para 33% após análise e cálculos da equipe econômica.

Redução de IPI

A medida diminui o imposto cobrado sobre produtos como carros, geladeiras e outros eletrodomésticos da chamada linha branca.

Guedes argumentou que o governo federal tem arrecadado mais e os estados e municípios estão com caixa cheio, o que daria esse espaço para um corte mais robusto. A arrecadação federal bateu recorde em 2021 e continuou alta em janeiro deste ano.

Na época em que a medida foi publicada no Diário Oficial, o Ministério da Economia justificou a decisão dizendo em nota que “a redução do IPI se soma às medidas de incentivo à retomada da economia e à ampliação da produtividade que estão em curso no país, contribuindo para a dinamização da produção e, consequentemente, da geração de empregos e renda”.

Fonte: Danielle NaderContábeis

IR 2022: saiba como declarar o Auxílio Emergencial e quem está obrigado

Confira como declarar o Auxílio Emergencial no Imposto de Renda 2022, as fichas utilizadas no Programa Gerador e mais

Imposto de Renda

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os contribuintes têm até o dia 29 de abril para fazer o envio do Imposto de Renda 2022 (IR), e aqueles que receberam o Auxílio Emergencial no ano passado, devem se atentar às regras e novidades que envolvem a declaração do benefício.

Segundo o Ministério da Cidadania, em nota, a Medida Provisória nº. 1.039/2021, que instituiu o Auxílio Emergencial 2021, não prevê a obrigatoriedade de apresentação da Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física relativa ao exercício de 2021 pelos cidadãos que receberam o benefício no ano-calendário passado.

Diferente do que aconteceu em 2021, o Auxílio Emergencial não será devolvido por meio da declaração do IR deste ano, mas isso não quer dizer que os valores recebidos não devem ser declarados ao fisco.

Neste ano, os valores recebidos a título do benefício em 2021, serão considerados como rendimento tributável recebido por fonte Pessoa Jurídica, seguindo, portanto, as regras gerais estabelecidas para declaração do Imposto de Renda de 2022.

Se o beneficiário recebeu rendimentos tributáveis ao longo de 2021, que somados ao Auxílio Emergencial ultrapassem R$28.559,70, deverá prestar contas ao Fisco.

Devido a obrigatoriedade da declaração, o contribuinte deverá declarar também todos os itens nos quais se enquadra, não bastando apenas o Auxílio Emergencial e a outra forma de renda.

Como declarar o Auxílio Emergencial no Imposto de Renda 2022

O primeiro passo para os contribuintes que ultrapassaram a faixa de isenção e precisam declarar o Auxílio Emergencial no Imposto de Renda é solicitar o Relatório de Rendimentos do benefício, para ter o valor exato referente aos pagamentos.

O informe pode ser obtido pelo site oficial do Gov.br. Nele, é disponibilizado o valor recebido por cada CPF.

Com essa informação em mãos, no Programa Gerador do IR, o auxílio será considerado rendimento tributável, então deve ser informado na ficha “Rendimentos Recebidos de Pessoas Jurídicas”.

Insira o valor recebido com as informações obtidas pelo informe do benefício e preencha a fonte pagadora, que no caso é o Ministério da Cidadania, com CNPJ 05.526.783/0003-27.

Ao término da inserção das informações referentes ao Auxílio Emergencial, selecione “salvar”.

Preenchimento

O contribuinte deve seguir com as demais informações referentes à outras fontes pagadoras existentes e também informar outros dados que sejam pertinentes e solicitados pela Receita, como bens e demais posses.

Ou seja, vale ressaltar que não é suficiente informar apenas o Auxílio Emergencial, todos os outros rendimentos tributáveis que colaborem para que a faixa de isenção seja ultrapassada devem ser informados ao Fisco.

Fonte: Izabella MirandaContábeis

Taxa Selic: Copom inicia segunda reunião do ano e mercado financeiro espera elevação para 11,75%

Nova taxa Selic deve ser anunciada nesta quarta-feira (16) pelo comitê do Banco Central

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), começa nesta terça-feira (15), a segunda reunião do ano para definir a nova taxa básica de juros do país, a taxa Selic.

A reunião acontece em um momento de incertezas sobre os impactos que a guerra do Leste Europeu podem ter no país a curto e longo prazo, além das próprias questões internas do Brasil.

O mercado financeiro espera um aumento de pelo menos 1 ponto percentual na taxa Selic, aumentando de 10,75% para 11,75% ao ano. A decisão deve ser anunciada pelo comitê amanhã (16), ao fim do dia.

Nas últimas três reuniões do órgão, que acontecem a cada 45 dias, a taxa teve aumento de 1,5 ponto percentual por encontro, vindo em um ritmo de alta incessante ao longo de todo o ano de 2021, se mantendo em 2022.

A possibilidade da redução do aumento da taxa já havia sido sinalizada pelo comitê, apesar da pressão inflacionária, porque as consecutivas elevações ainda estavam sendo sentidas pelo mercado.

No entanto, mesmo com a estimativa de desaceleração da alta, com a guerra e a influência nos combustíveis, que tiveram elevação significativa na última semana, a inflação brasileira pode ser diretamente impactada.

Projeções para o ano

Em sua última edição, o boletim Focus do BC já elevou a previsão da inflação oficial do Brasil para o ano, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 5,65% para 6,45% em 2022.

Esse aumento se deu apenas pelo impacto da alta dos combustíveis, devendo ser elevada novamente caso os aumentos sejam disseminados para outros setores e produtos, como fertilizantes e alimentos.

Durante as reuniões, o Copom deve perseguir a meta de inflação do ano, por meio de sua principal ferramenta, a taxa Selic.

A meta é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), podendo ter intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

A meta inflacionária para 2022 é de 3,5%, podendo atingir em tese a máxima de 5% e a mínima de 2%.

O próprio BC já anunciou que espera que em 2022 o teto da inflação seja ultrapassado, pelo segundo ano consecutivo.

Fonte: Izabella Miranda, Contábeis

Produção industrial recua em dez dos 15 locais pesquisados pelo IBGE

Maiores quedas foram observadas no Amazonas, Minas Gerais e Pará

A produção industrial recuou em dez dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na passagem de dezembro de 2021 para janeiro deste ano.

As maiores quedas foram observadas no Amazonas (-13%), Minas Gerais (-10,7%) e Pará (-9,8%).

Os estados do Paraná (-5,1%), Pernambuco (-5%) e Ceará (-3,8%) também registraram quedas mais intensas do que a média nacional (-2,4%).

A lista de locais com recuo na produção inclui ainda a região Nordeste (-1,6%) e os estados de Goiás (-1,7%), Rio de Janeiro (-1,4%) e São Paulo (-1%).

Por outro lado, cinco estados tiveram alta: Mato Grosso (4%), Espírito Santo (2,6%), Bahia (1,2%), Santa Catarina (0,9%) e Rio Grande do Sul (0,8%).

Na comparação com janeiro do ano passado, 11 dos 15 locais pesquisados tiveram queda, com destaque para os estados do Pará (-24,4%), Ceará (-24,3%) e Pernambuco (-12,3%).

Entre os quatro estados com crescimento, a maior alta ficou com Mato Grosso (43%).

Já no acumulado de 12 meses, dez dos 15 locais pesquisados tiveram alta na taxa. Os maiores avanços foram observados em Santa Catarina (8,5%) e Minas Gerais (8,3%). Dos quatro locais em queda, Bahia teve o principal recuo (-12,5%).

Fonte: Vitor Abdala – Agência Brasil

Senado aprova projeto que simplifica ICMS dos combustíveis

O projeto retorna à Câmara dos Deputados para nova análise

O Senado aprovou, na tarde de hoje (10), o Projeto de Lei Complementar (PLP) 11/2020, com o objetivo de reduzir o preço dos combustíveis para os consumidores. O PLP propõe a simplificação do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em todo território nacional, instituindo a chamada “monofasia”, ou seja, a cobrança do imposto em apenas uma fase da cadeia produtiva. O projeto, de origem na Câmara dos Deputados, retorna àquela Casa para nova análise.

Atualmente, o ICMS sobre combustíveis varia de estado para estado e é calculado em toda a cadeia de distribuição e sobre um preço médio na bomba. O PLP propõe que o tributo tenha um preço fixo, em reais, por litro de combustível, em vez de ser cobrado como uma porcentagem sobre o preço final do produto.

Segundo prevê o projeto, o ICMS Monofásico seria pago pelo produtor, seus equiparados e importadores dos combustíveis sob sua alçada. Além disso, incluem-se nessa categoria as pessoas que produzem combustíveis de forma residual, os formuladores de combustíveis por meio de mistura mecânica, as centrais petroquímicas e as bases das refinarias de petróleo.

O diesel é o único combustível que adotaria uma regra de transição emergencial. Segundo essa sistemática, enquanto não for adotada a monofasia – e correspondente unificação de alíquota – do diesel, o valor de referência para estipulação do tributo será a média móvel dos preços médios praticados ao consumidor final nos 60 meses anteriores a sua fixação. Os demais combustíveis, segundo o texto, devem ter sua tributação alinhada com o modelo da monofasia.

Esse é o segundo projeto aprovado hoje no Senado cujo objetivo é reduzir o preço dos combustíveis. O primeiro, o Projeto de Lei (PL) 1.472/2021, foi votado e aprovado imediatamente antes da votação do PLP 11/2020. Após dois adiamentos de votação no Plenário, a aprovação dos dois projetos acabou ocorrendo hoje.

Diante do impasse e do anúncio da Petrobras de aumentar os preços do diesel e da gasolina em suas refinarias, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pediu empenho para deliberação do tema hoje, sem novas prorrogações. Pacheco disse aos senadores que o anúncio do aumento substancial do preço dos combustíveis pela Petrobras impunha ao Senado a apreciação ainda na sessão de hoje.

Fonte: Marcelo Brandão, Agência Brasil

O PIB de 2021 e as perspectivas para 2022

Veja neste artigo um debate sobre a economia do ano de 2021 e quais são as perspectivas para o ano atual.

Pib

No dia 4 de março, sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do ano passado. 

Apesar de o indicador ter registrado alta significativa de 4,6%, o nível de crescimento na margem foi diminuindo, fechando o quarto trimestre em 0,5%. Isso significa recuperação do índice pré-pandemia: 0,5% acima do quarto trimestre de 2019, mas 2,8% abaixo do pico de 2013. 

Assim, é possível afirmar que o ano de 2021 recuperou o nível de dois anos antes, mas o que vai determinar o rumo das coisas será o ano corrente. 

O número mostra também uma clara desaceleração econômica, dado que, em janeiro, as previsões chegaram a um crescimento de 5,5%. 

Ao analisar os dados mais a fundo, percebemos que, quanto à oferta, os serviços cresceram 4,7%, apoiados em comunicação e transportes. A indústria obteve alta de 4,5%, fortemente influenciada pela alta da construção civil, enquanto a agropecuária caiu 0,2%. 

Vale lembrar que este último setor apontou alta mesmo no pior momento da pandemia em 2020. O resultado ruim também foi afetado por um clima mais hostil: geadas e estiagens, em diferentes pontos do País, prejudicaram a safra e impactaram demais o número. 

O caso da indústria ilustra bem o que aconteceu no ano passado –início muito forte e quedas sucessivas no último semestre. Já o setor de serviços mostrou heterogeneidade, em que alguns setores (comunicação e transportes e logística) apresentaram ótimo desempenho – enquanto o turismo seguiu na contramão.

Quanto à demanda, houve crescimento no consumo das famílias (3,6%) e do governo (2%). A formação bruta de capital fixo, que inclui investimentos e formação de estoques, cresceu 17,2%, elevando o nível de investimento sobre o PIB de 16,6% para 19,2% – com base num desenvolvimento incomum da construção civil. 

O grande impasse é que, com o novo cenário, dificilmente esse setor repetirá o feito de 2021. 

Contudo, as informações reveladas pelo IBGE já são antigas.

Expectativa

Infelizmente, a perspectiva não é otimista. Em estudo divulgado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), no mês de fevereiro, 77,8% das famílias estavam endividadas no Brasil, um recorde histórico. Mais: 27% já têm algum tipo de inadimplência, número que sobe para 30,3% quando falamos de lares com menos de dez salários mínimos. 

Por outro lado, a Fundação Getulio Vargas (FGV) publicou pesquisa destacando que o PIB per capita do nacional só deve voltar ao nível de nove anos atrás em 2029. Juros altos e mercado de trabalho fraco se somam a um cenário de crescimento modesto (ou pequena retração) em 2022.

A conjuntura é de juros e endividamento elevados, mercado laboral frágil e massa de renda em queda. Todos estes fatores, mais as condições externas, como a invasão da Ucrânia pela Rússia, contribuem para um ano mais fraco. 

O efeito do conflito internacional nos preços das commodities pode aumentar o risco inflacionário por aqui e levar os juros a um patamar mais alto por mais tempo. Isso posto, uma eleição mais tranquila, com candidatos comprometidos com um governo mais liberal e preocupado com as mazelas sociais do País, pode amenizar a situação. 

Esperemos os próximos passos deste quebra-cabeça.

Fonte: André Sacconato, Contábeis.

Receita recebe 130 mil declarações do Imposto de Renda no primeiro dia

Número representa queda de 79,3% em relação ao ano passado

Imposto de Renda 2022

O adiamento da liberação do programa gerador e instabilidades no site fizeram o envio de Declarações do Imposto de Renda Pessoa Física despencar no primeiro dia de entrega em relação ao ano passado. Até as 17h de hoje (7), a Receita Federal havia recebido 130.099 declarações.

O número representa queda de 79,3% em relação ao registrado no primeiro dia de entrega de 2021, quando 628.128 contribuintes haviam enviado o documento. Uma das razões para a queda foi o fato de a Receita não ter antecipado o download do programa gerador por causa da operação padrão do órgão.

Normalmente, a Receita libera, no fim de fevereiro, o programa gerador para os contribuintes que querem adiantar o preenchimento da declaração e enviá-la no primeiro dia de entrega. Neste ano, porém, o download só começou no mesmo horário em que se iniciou o prazo de entrega, às 8h de hoje.

O atraso na liberação do programa criou um gargalo que resultou em instabilidade no site da Receita. O número de downloads do programa gerador somou 752.484, alta de 141% em relação ao registrado no primeiro dia de entrega do ano passado (312.182). Por causa do volume de acessos, a página da Receita operou com lentidão durante todo o dia. Em nota, o órgão informou apenas que a situação está sendo tratada pela área técnica.

O prazo de entrega da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física começou às 8h de hoje e segue até as 23h59min59s de 29 de abril. Neste ano, o Fisco espera receber 34,1 milhões de declarações.

Quem perder o prazo pagará multa de R$ 165,74 ou 20% do imposto devido, prevalecendo o maior valor.

Fonte: Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil – Brasília

A Rússia, a Ucrânia e a interdependência do mundo: todos seremos afetados

O assunto mais comentado atualmente, tanto em termos geopolíticos como econômicos, é, sem dúvida, a invasão da Ucrânia pela autocracia russa liderada por Vladimir Putin.

Neste espaço, vamos tratar do assunto que mais nos interessa: os potenciais efeitos na economia. É de conhecimento geral a importância destes dois países no fornecimento de petróleo e gás. Alguns números podem dar a dimensão do fato: na Alemanha, por exemplo, dois terços de todo o gás consumido vêm daquela região, e um terço do petróleo, da Rússia.

Se o conflito se estender por mais tempo ou as sanções atingirem em cheio a venda do petróleo russo, haverá, sem dúvida, aumentos expressivos no preço do barril ao redor do planeta – e, para um mundo que briga fortemente contra inflação, não poderia existir notícia pior.

É possível, também, que tudo isso cause efeito trágico no Brasil. No caso da inflação de 2021, os transportes apresentaram o maior aumento: 21,03%, com impacto de 4,19% na inflação total de 10,06%. Os combustíveis foram os principais causadores deste resultado: a gasolina teve alta de 47,49% no ano passado.

Para 2022, a previsão dos economistas era de mais tranquilidade para o petróleo e um efeito bem menor no índice final, fazendo com que o IPCA chegasse próximo a 5,5%, e o ciclo de alta de juros do Banco Central (Bacen) fosse concluído mais rapidamente.

Assim, na hipótese de um conflito de grandes dimensões – ou mesmo a proibição de compra do petróleo russo graças às sanções –, poderemos ter um repique na inflação, em uma situação que já não é vantajosa em termos de preços. Isso sem contar nos valores dos fretes internacionais, potencializadores de todos os outros preços.

No entanto, os efeitos não param por aí: a Ucrânia produz quase um quinto de todo o mercado de milho do mundo; e a Rússia, quase um terço de todo o trigo.

Como se não bastassem estes números, o país russo também é um dos maiores fabricantes mundiais de fertilizantes. O efeito sobre a produção direta destes países e na produção de outras nações, via fertilizantes, seria bastante significativa.

O ciclo de alta de preços das commodities agrícolas, esperado que chegasse ao fim, pode se estender por mais algum tempo enquanto as tensões não se acalmarem. Os preços de milho, trigo e soja devem ser os maiores atingidos nesta classe de produtos.

Efeitos também devem ser sentidos no mundo financeiro. A Bolsa russa, no primeiro dia do ataque, caiu quase pela metade. Num momento de tensão, a tendência é que capitais fluam para moedas mais fortes e ativos mais conservadores. Ouro, dólar e papéis de renda fixa de países desenvolvidos são os mais procurados.

A tendência é que haja no Brasil, pelo menos no curto prazo, uma desvalorização da moeda nacional e uma fuga de capitais de renda variável. Este processo pegou o País num momento de entrada massiva de capitais externos, como tratamos no último artigo. Nos primeiros dias após a invasão à Ucrânia, o real se desvalorizou, mas não houve uma saída tão importante de divisas.

Em suma, o grande medo (ou o cenário mais pessimista) seria que o conflito gerasse uma grande parada da produção mundial, forçando o aumento de preços. Isso é conhecido na academia por “estagflação”. Não é a conjuntura básica, mas devemos estar atentos aos desdobramentos do conflito.

Fonte: André Sacconato – Portal Contábeis.

Preços dos alimentos devem aumentar no país devido a guerra

Desabastecimento de fertilizantes e grãos, produzidos pela Rússia e Ucrânia, devem elevar o preço dos alimentos.

Uma das consequências da guerra entre Rússia e Ucrânia é o aumento do preço dos alimentos.

De acordo com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina,  o cenário para o abastecimento de fertilizantes no país é grave, preocupante e delicado, com efeitos negativos sobre os custos da produção agrícola. 

No agronegócio brasileiro, o Brasil depende de fertilizantes importados e a Rússia é a maior fornecedora do insumo. Além disso, o país europeu compra commodities e carnes do Brasil. 

Na visão somente de produtos agropecuários, a Rússia ficou na 22ª posição dentre os maiores importadores, com US $1,27 bilhão adquiridos em 2021 (participação de 1,06%), segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Alta dos alimentos

Além disso, a Ucrânia é líder na produção de milho. Uma possível retirada do país do mercado internacional, diminuiria a oferta do cultivo, provocando uma alta no preço do grão, que é muito usado como ração, aumentando, assim, os custos de produção na pecuária e das carnes nas prateleiras.

“A soja já subiu, já caiu um pouco, o milho já subiu, já caiu um pouco. Isso é uma commodity (produto básico com cotação internacional).  A gente tem que acompanhar e diminuir os impactos que poderão ter”, explica.

Nos últimos dias, a ministra conversou com o presidente do Banco Central, Roberto Campos  Neto, que discutiram a respeito da alta de alimentos.

“Infelizmente vamos ter preços mais altos nos alimentos. A gente já tinha essa preocupação e agora ela aumenta. O preço a gente não pode mexer muito, na nossa economia de livre mercado. Temos que cuidar do abastecimento, e que cheguem aqui os produtos. O mercado é soberano”.

A ministra reforçou que o Governo estuda alternativas para mitigar os possíveis efeitos da guerra e das sanções nos preços dos alimentos.

Fonte: Danielle Nader – Portal Contábeis.