Dólar cai para R$ 4,96 com alívio de lockdown em região da China

Bolsa interrompe sequência de quedas e sobe 1,05%

O alívio nas medidas de restrição social em uma região da China fez o mercado financeiro ter um dia de trégua nesta quarta-feira (27). Após subir cerca de 8% em apenas três dias, o dólar fechou em baixa, apesar de ter passado boa parte do dia vendido acima de R$ 5. A bolsa de valores interrompeu uma sequência de sete quedas seguidas e subiu mais de 1%.

O dólar comercial encerrou esta quarta vendido a R$ 4,967, com queda de R$ 0,023 (-0,47%). A cotação iniciou o dia em alta, chegando a R$ 5,03 por volta das 9h30, mas inverteu o movimento no início da tarde. Depois de chegar a cair para R$ 4,93 por causa da valorização das commodities (bens primários com cotação internacional), a moeda desacelerou a queda perto do fim das negociações, mantendo-se abaixo de R$ 5.

Com o desempenho de hoje, o dólar acumula alta de 4,33% em abril. Em 2022, no entanto, a divisa cai 10,76%.

O dia também foi marcado pela trégua no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 109.349 pontos, com alta de 1,05%. As ações de empresas mineradoras e de siderúrgicas tiveram forte alta por causa do alívio do lockdown na região chinesa de Tangshan, principal produtora de aço do país asiático. Por causa do avanço da covid-19, diversas regiões da China, como Xangai, estão sob medidas de restrição social.

A situação na China trouxe alívio para países emergentes e exportadores de commodities, como o Brasil. Apesar de o dólar ter mais um dia de alta diante das principais moedas do planeta, a moeda norte-americana caiu perante a maioria das divisas de países emergentes.

As bolsas norte-americanas tiveram um dia misto, após as fortes quedas de ontem (26). O índice Dow Jones, das empresas industriais, fechou com alta de 0,19%. O S&P 500, das 500 maiores empresas, subiu 0,21%. O Nasdaq, das empresas de tecnologia, caiu 0,01%, após ter recuado 3,95% ontem.

Fonte: Wellton Máximo – Agência Brasil

Bancos centrais se preparam para corte sincronizado de carteira de ativos

De longe a peça mais importante do jogo, o Fed deve finalizar seus planos na reunião do início de maio.

Um aumento nas taxas de juros em luta contra a inflação já está sendo planejado pelos principais bancos centrais ( BCs) do mundo. Além disso, os BCs preparam uma retração sincronizada de suas participações nos principais mercados financeiros.

A medida é uma primeira rodada de “aperto quantitativo” que deve restringir o crédito e aumentar o estresse para a economia global, já em desaceleração.

O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, e seus pares de Europa, Japão, Reino Unido e outros lugares, injetaram cerca de US$ 12 trilhões no sistema financeiro para combater as consequências econômicas da pandemia de coronavírus, comprando uma série de ativos e, em alguns casos, oferecendo empréstimos de longo prazo aos bancos, numa onda maciça de flexibilização quantitativa (QE, na sigla em inglês).

Com a inflação crescente virando um medo comum, eles estão invertendo o curso. Analistas do Morgan Stanley estimaram recentemente que o Fed, o Banco da Inglaterra, o Banco Central Europeu e o Banco do Japão poderiam ver suas carteiras de ativos encolherem em US$ 2,2 trilhões nos 12 meses a partir de maio –o pico esperado do QE.

As estimativas são preliminares, e o Fed em particular pode se mostrar mais agressivo neste ano se, como muitos analistas esperam, deixar de apenas permitir que os títulos que possui expirem para passar a ativamente vender alguns ativos para acelerar o processo de redução do balanço.

É um momento único. A crise financeira global de 2007-2009 também desencadeou uma onda de QE, mas as recuperações seguintes nunca foram suficientemente fortes ou provocaram inflação tão alta a ponto de justificar um aperto monetário sincronizado.

“Precisamos de um aperto nas condições financeiras… Mas é possível que vejamos mudanças nos juros ou mudanças no balanço que induzam mais efeito nas condições financeiras do que pensamos que acontecerá”, disse Karen Dynan durante uma apresentação no Peterson Institute for International Economics, onde é membro sênior.

Um risco é o impacto do aperto quantitativo (QT, na sigla em inglês) ser sentido em economias mais fracas e com altos níveis de dívida e “causar uma onda de crises de dívida soberana em todo o mundo que perturbe os mercados” e aperte ainda mais as condições nos países desenvolvidos.

Mas somar o QT aos aumentos das taxas de juros já em andamento é, no entanto, uma aposta arriscada. Autoridades e economistas sabem qual deve ser o impacto geral –as taxas de juros serão mais altas do que de outra forma–, mas o resultado exato é incerto.

“Há muito pouca experiência em QT. Não há nenhuma aqui e não muito globalmente”, disse o presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, em março.

O Banco da Inglaterra já está deixando seu balanço cair por meios passivos, e disse que começará a considerar a venda ativa de títulos assim que elevar sua taxa bancária para 1,0%. Investidores esperam um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa, para 1%, em 5 de maio.

Já o BCE só se comprometeu a interromper as compras líquidas de ativos ainda este ano, enquanto o Banco do Japão não está no ponto de apertar, mas vem desacelerando as compras de ativos.

De longe a peça mais importante do jogo, o Fed deve finalizar seus planos na reunião do início de maio. A ata de sua discussão de março mostrou que os formuladores de política monetária concordaram em cortar até 95 bilhões de dólares mensais de suas participações, cerca de 1,1 trilhão de dólares por ano.

Fonte: Ananda Santos – Contábeis.

Produção industrial sobe em março, mas queda no consumo preocupa

CNI considera o movimento normal para o primeiro trimestre

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou hoje (19) os resultados da sondagem industrial do primeiro trimestre. A entidade destacou o crescimento forte da produção industrial entre fevereiro e março, mas também o aumento da preocupação dos empresários com a queda no consumo.

Em março, a produção industrial subiu para 54,4 pontos, resultado que está acima da linha divisória entre queda e crescimento. O índice não ficava acima dos 50 pontos desde dezembro.

O movimento é normal para o primeiro trimestre, mas a CNI destacou que a retomada deste ano, de 47,9 em fevereiro para 54,4 em março, “supera a aceleração esperada no período”. A média da série histórica para o mês de março é de 51 pontos.

O emprego industrial, por sua vez, manteve-se praticamente estável, em 50,1 pontos. Em fevereiro, o índice que mede a evolução da oferta de trabalho na indústria havia ficado em 49,2 pontos, o que significa queda no número de vagas ofertadas. Em março ano passado, o patamar estava nos mesmos 50,1 pontos.

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) aumentou 1 ponto percentual, para 69%, de fevereiro para março de 2022. O resultado está 2 pontos percentuais acima da média dos meses de março. O percentual vem em trajetória de crescimento desde janeiro de deste ano.

Principais problemas

A sondagem industrial mede também quais são os principais problemas enfrentados pela indústria, de acordo com o empresariado. Com 58,8% das menções, a falta ou o alto custo de matéria-prima permanece há sete trimestres como principal preocupação.

Entretanto, a escassez de insumos vem perdendo força como principal preocupação da indústria, frisou a CNI. As menções ao problema caíram 1,8 ponto percentual na última passagem de trimestre, e recuou 8,4 pontos percentuais frente a março do ano passado.

Enquanto isso, cresce a preocupação com a queda no consumo, que no primeiro trimestre deste ano figurou em 25,5% das respostas dos empresários. No segundo trimestre de 2021, esse problema aparecia em 19,4% das menções.

O gerente de Análise Econômica, Marcelo Azevedo, explica que, isoladamente, o percentual não parece ser tão alto, mas a alta nas menções ao problema indica haver uma demanda insuficiente no momento em que a oferta começa a se ajustar. Para o economista, “o problema de demanda fica mais evidente. É realmente uma situação muito complicada”.

Há quatro trimestres cresce também a preocupação da indústria com a alta nas taxas de juros. Entre os dois últimos trimestres, o problema passou de 14,2% para 20,8% das menções, a alta mais expressiva da sondagem. No fim do ano passado, apenas 7,6% consideravam os juros um obstáculo ao seu negócio, segundo a CNI.

Menções a dificuldades na logística de transporte ficaram com 13,8%das respostas, ante 11,8% no trimestre anterior. Esse é o terceiro trimestre seguido de alta. O segundo problema mais mencionado segue sendo a alta carga tributária, com 30,4% das repostas, queda em relação aos 33,2% registrados no trimestre anterior.

Fonte: Agência Brasil

Covid-19: após 2 anos de pandemia, Brasil decreta fim da emergência sanitária

Segundo pronunciamento do governo, ainda há registros de infecções e internações, mas são significativamente inferiores ao que foi observado durante os três picos da doença.

Covid

Na noite deste domingo (17), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou, por meio de pronunciamento em TVs e rádios, o fim do estado de emergência no Brasil devido à pandemia de Covid-19.

Com isso, chega ao fim a Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) pela Covid, que pode afetar as políticas públicas que poderiam ser adotadas somente no período emergencial. 

“Sentimos todas as perdas, mas com a força do nosso Sistema Único de Saúde (SUS) salvamos muitas vidas. Temos hoje condições de anunciar o fim. Nos próximos dias, será editado um ato normativo da decisão. A medida, no entanto, não significa o fim da Covid-19. Continuaremos a conviver com o vírus”, pontuou o chefe da pasta, dizendo ainda que o governo investiu R$ 100 bilhões com o combate à Covid desde 2020. 

Durante o pronunciamento, o ministro fez questão de agradecer ao trabalho desempenhado por médicos e outros profissionais de saúde que atuaram na linha de frente de combate à Covid, mas não explicou como o encerramento da Espin pode afetar, na prática, a vida dos brasileiros.

Fez questão ainda de reforçar que o Brasil vivenciou a maior campanha de vacinação de sua história, com 476 milhões de doses de imunizantes contra a Covid. 

O ministro afirmou que 73% dos brasileiros completaram o esquema vacinal e 71 milhões receberam a dose de reforço. 

“Temos vacinas disponíveis e os brasileiros acessam livremente a essa política pública de saúde”, disse Queiroga, garantindo que o Estado vai continuar agindo no cuidado de pessoas que forem infectadas pelo vírus ou sofrerem sequelas da doença. 

O que muda com fim do estado de emergência

Somente no Ministério da Saúde, 170 regras podem ser impactadas com a finalização da emergência sanitária. 

O fim da Espin poderia encerrar o uso emergencial de vacinas e medicamentos relativos à doença, mas o ministro já teria pedido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a extensão do prazo de uso dos fármacos por mais um ano. 

A vacina Coronavac, por exemplo, não recebeu a aprovação definitiva pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e vem sendo utilizada na imunização de crianças entre 6 e 11 anos. 

Cenário favorável

Com um índice de vacinação alto e uma população muito mais experimentada (termo usado pelos médicos para se referir ao contato das pessoas com o vírus), fica cada vez mais difícil para a ômicron continuar circulando entre os brasileiros. 

Ainda há registros de infecções e internações, mas são significativamente inferiores ao que foi observado durante os três picos da doença. 

O coronavírus ainda está presente na sociedade, mas não impacta mais a estrutura de saúde como nos dois primeiros meses do ano, durante a terceira onda. Uma prova disso é a queda vertiginosa no número de mortes nas últimas semanas. 

De acordo com o painel do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o país registrou 22 mortes pela doença entre sábado (16) e domingo (17).

Entre os dias 10 e 16 de abril, foram 718 óbitos no país – entre 13 e 19 de março, foram 2.167. Em Minas, o número de vítimas do coronavírus também caiu. Desde o primeiro dia do mês, o Estado registrou 234 óbitos por Covid, o que corresponde a 0,38% das 61.113 vidas perdidas pela doença desde março de 2020. Ao longo de todo o mês de março de 2022, foram contabilizadas 1.203 mortes. 

O último boletim do Observatório da Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indicou tendência de queda de casos em todos os estados brasileiros. Houve um decréscimo de 36% nos casos diários e 41% no número de óbitos, em relação à quinzena anterior. 

“Os dados permitem afirmar que a ‘terceira onda’ epidêmica no Brasil, com o predomínio da Ômicron entre os casos, está em fase de extinção”, afirmaram os pesquisadores no boletim. 

Mas isso não quer dizer que a vigilância possa ser deixada de lado. Para a Fiocruz, “todo o sistema de saúde deve se valer do período de menor transmissão da Covid-19 para readequar os serviços para o atendimento de demandas represadas durante as fases anteriores de alta de casos, com a distribuição estratégica de teses, a capacitação profissional para atividades de vigilância e cuidado, o reforço da atenção primária de saúde e o atendimento de síndromes pós-Covid”.

Mais de dois anos de estado de emergência

O estado de emergência em saúde pública no dia 4 de fevereiro de 2020. Essa medida pode ocorrer em casos de emergências epidemiológicas (como o coronavírus), desastres e desassistência à população. 

Desde então, uma série de ações foram tomadas, como a aprovação do uso emergencial de uma vacina pela primeira vez no país, que ocorreu em janeiro de 2021.

Além disso, houve contratações sem licitações e a emissão de créditos extraordinários, que não são computados dentro do teto de gastos.

Em maio de 2021, a Secovid (Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19) foi criada, por meio de um decreto, para coordenar as ações durante a emergência em saúde pública. 

Na prática, ele perde sua função caso haja o fim da emergência sanitária.

Fonte: Ananda Santos – Contábeis

Brasileiro faz 16 compras em média por ano pela internet

Compras online foram incentivadas pela pandemia e cresceram 128% nos últimos anos.

O número de brasileiros que faz compras online já alcança 63% da população conectada à internet. 

A quantidade de compras online mais do que dobrou desde 2019, segundo aponta a pesquisa E-Shopper Barômetro 2021, realizada junto a um grupo de 1.566 pessoas, pelo DPDgroup.

O levantamento, que avaliou o desempenho dos compradores online nos anos de 2020 e 2021, mostra que a participação da população online brasileira nas compras de e-commerce cresceu de 56%¨em 2019, para 63% em 2021, sendo que os millenials são metade desses consumidores. 

O e-commerce foi impulsionado pela pandemia, abrindo espaço para segmentos que tinham menor expressão no e-commerce e que ganharam participação, como alimentos frescos, mercearia, beleza e saúde, remédios e acessórios.

Embora o e-commerce brasileiro represente 8,7% do total das vendas do varejo, os dados mostram que o número de compras anuais cresceu, alcançando 16 compras ao ano, nos dois últimos anos, ou seja, 128% acima de 2019.

Compras online

Na categoria dos consumidores que fazem compras recorrentes, o número de compras chega a 78 ao ano, sendo que, neste grupo, a presença das mulheres predomina – elas são 70% dos compradores recorrentes. 

Com o forte crescimento do comércio eletrônico no Brasil, o número de novos e-shoppers também cresceu. Nos dois últimos anos, o número de consumidores que passaram a comprar pela primeira vez na internet  ampliou em 17% (12% em 2020, e 5% em 2021).

Fonte: Danielle Nader – Contábeis.

CNI reduz estimativas para crescimento do PIB e da indústria

Crescimento da economia este ano cai de 1,2% para 0,9%

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou hoje (12) o Informe Conjuntural no qual revisa a sua estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) deste ano de 1,2% para 0,9%.

A entidade também reduziu suas projeções econômicas para a indústria, que pelas novas estimativas deve ter produção 0,2% menor neste ano do que em 2021. Em dezembro, a CNI havia calculado crescimento de 0,5% este ano.

“Se esse cenário se confirmar, será a sétima vez, em 10 anos, que a indústria nacional encolhe”, destacou a CNI em nota.

Entre os motivos para as revisões estão as dificuldades enfrentadas pelas linhas de produção globalizadas em decorrência do prolongamento da guerra na Ucrânia, que tem pressionado para cima o preço dos fretes internacionais, devido à alta do petróleo.

Outro fator é a variante Ômicron da covid-19, que continua a afetar a produção na China, país que segue com política de tolerância zero contra o vírus, promovendo quarentenas de cidades inteiras.

“Tanto as sanções comerciais e financeiras impostas por vários países ocidentais sobre a Rússia, quanto a nova variante da covid-19, contribuíram para a persistência dos desarranjos nas cadeias produtivas”, disse a CNI.

Outros fatores destacados pela entidade para a redução da estimativa do PIB são também a redução da renda real, encolhida pela inflação interna alta, e os consequentes juros altos, que desestimulam a aquisição de bens duráveis como automóveis e eletrodomésticos.

“Temos um desafio, cada vez mais difícil, de enfrentar inflação alta com baixo crescimento”, ressaltou o gerente-executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles.

Entre os tipos industriais mais afetados está o da indústria de transformação, que produz bens finais ao consumidor, cujo PIB deve fechar este ano com uma redução de 2%, ante um crescimento de 3,4% no ano passado. Tanto a dificuldade na obtenção de insumos e matérias-primas como a redução no consumo são os principais problemas, aponta a CNI.

Uma das poucas beneficiadas pelo contexto internacional deve ser a indústria extrativa, que devido ao aumento nos preços de produtos como petróleo e minério de ferro deve fechar o ano com crescimento de 2%, ainda que menor do que os 3% registrados no ano passado.

Fonte: Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil.

Inflação: projeto prevê reajuste automático de salários

Projeto prevê reajuste automático de salário para repor o poder de compra dos brasileiros.

O Projeto de Lei 620/22 da Câmara dos Deputados determina que os salários no País sejam reajustados automaticamente quando a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ou substituto alcançar 5%. O objetivo é recompor o poder de compra dos brasileiros.

Pelo texto, a regra valerá para os trabalhadores do setor privado, os servidores públicos sem exceção e os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)

Além disso, a recomposição salarial deverá ser aplicada no auxílio-doença pago pelo INSS e no Benefício de Prestação Continuada (BPC).

“Esta proposta legislativa nada mais é do que fazer justiça aos trabalhadores brasileiros, para que não sofram perdas inflacionárias em seus salários”, afirmou o autor do projeto, deputado Alexandre Frota.

Inflação

O IPCA, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é usado pelo governo como inflação oficial do País. Nos 12 meses encerrados em fevereiro de 2022, esse índice aponta uma inflação acumulada de 10,54%.

“Se a variação do salário, de um ano para o outro, for menor do que a do IPCA, a pessoa perde o poder de compra, pois os preços subiram mais do que a renda”, explica o IBGE. “Se inflação e salário têm a mesma variação, o poder de compra se mantém; se houver reajuste acima do IPCA, o poder de compra aumenta.”

O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Danielle Nader, Contábeis

Dólar ultrapassa R$ 4,70 após divulgação de ata do Fed

Bolsa caiu 0,55% e atinge menor nível em duas semanas

Em mais um dia de nervosismo no mercado internacional, o dólar teve forte alta e ultrapassou R$ 4,70 após o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) divulgar a ata da reunião realizada no fim de março. A bolsa de valores voltou a cair e atingiu o menor nível em duas semanas.

O dólar comercial fechou esta quarta-feira (6) vendido a R$ 4,715, com alta de R$ 0,056 (1,19%). A cotação operou em alta durante toda a sessão, até fechar próxima da máxima do dia.

Com o desempenho de hoje, o dólar agora cai apenas 0,97% em abril. Em 2022, a divisa acumula recuo de 15,44%.

O mercado de ações também teve um dia tenso. O índice Ibovespa, da B3, fechou com queda de 0,55%, aos 118.228 pontos. O indicador foi influenciado pelas bolsas norte-americanas, que também caíram após a divulgação da ata do Fed.

No documento, o Banco Central norte-americano reiterou que pode aumentar os juros básicos da maior economia do planeta em 0,5 ponto percentual mais de uma vez neste ano, caso a inflação persista nos Estados Unidos. Taxas mais altas em economias avançadas estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil.

Na última reunião, no fim de março, o Fed elevou os juros básicos em apenas 0,25 ponto, num movimento considerado leve pelos analistas econômicos. Além de indicar o endurecimento da política monetária, o Banco Central norte-americano anunciou que começará a se desfazer de títulos do Tesouro norte-americano e do mercado imobiliário do país adquiridos durante a pandemia da covid-19. Na época, a medida tinha sido tomada para ajudar a economia dos Estados Unidos.

Fonte: Wellton Máximo – Agência Brasil

Imposto de Renda: Receita Federal amplia isenção na venda de imóvel

Segundo norma publicada, o benefício vai valer para quem comprar casa nova antes de vender a atual e usar os recursos para quitar financiamento imobiliário anterior.

Perto de encerrar o prazo de entrega do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) 2022, ano-calendário 2021, a Receita Federal publicou uma norma que amplia a isenção de venda de imóveis

Segundo a publicação, a medida vale para quem utilizar os recursos para quitar, total ou parcialmente, financiamentos imobiliários contratados anteriormente. Para ter direito ao benefício, a quitação deve ser feita em até seis meses da venda do primeiro imóvel.

A regra prevê que quem vende um imóvel paga alíquota de 15% a 22% sobre o ganho de capital, ou seja, a diferença entre o que pagou e quanto recebeu pela venda da casa ou apartamento. Em 2005, para estimular a construção civil e o setor imobiliário, o governo isentou do IR sobre ganho de capital quem usar o dinheiro, em até seis meses, para comprar um novo imóvel.

A Receita Federal, porém, exigia que o contrato do novo imóvel fosse firmado depois da venda do primeiro imóvel para conceder o benefício. Isso levou muitos contribuintes a procurarem a Justiça para poder não pagar o tributo na quitação de um imóvel financiado anteriormente, pedidos que vinham sendo atendidos por decisões judiciais. 

“A maioria das pessoas quando vende um imóvel é para comprar outro para morar. Dificilmente alguém vende a casa antes de comprar outra porque não quer ficar sem ter onde morar”, explica o advogado Luca Salvioni, em entrevista ao Estadão.

O advogado tributarista Daniel Clarke acrescenta que, ao exigir o respeito a uma ordem cronológica – primeiro seria necessário vender um imóvel e depois, em até 180 dias, comprar e pagar um novo – o Fisco acabou criando um entrave para o uso do benefício fiscal.

“É comum que os imóveis sejam adquiridos em fase de construção, o que torna impraticável que a pessoa venda primeiro o imóvel onde mora, para depois comprar outro onde morará. Outra situação comum é a pessoa buscar um imóvel que deseja comprar já pronto, celebrar um contrato de compra e venda e, somente depois, conseguir vender o imóvel em que vive”.

Norma resolve problema judicial

Ao representar uma mudança de posicionamento da Receita, a norma acaba com a disputa que se arrastava nos tribunais. 

“A Receita não inventou isso do nada, na verdade reconheceu um direito dos contribuintes que vinha sendo chancelado pelos tribunais. Antes, beneficiava só quem tinha fôlego e conhecimento para ir ao Judiciário. Agora vale para todos. É uma notícia de bom senso e facilitação da vida do contribuinte”, completa Salvioni.

Além de beneficiar pessoas físicas, a mudança pode ajudar a aquecer o mercado imobiliário. 

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, afirmou que a medida é “extremamente positiva” e tende a auxiliar no impulso da recuperação econômica do setor.

“O governo abre a possibilidade para usar o ganho de capital de outras formas”, avaliou.

Por outro lado, ele vê preocupação com o descasamento da capacidade de compra das famílias com o preço de venda dos imóveis, tendo em vista que a inflação do setor foi superior à inflação da economia.

A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) disse, em nota, que considera a medida benéfica aos contribuintes, “pois apresenta mais uma possibilidade de isenção no ganho de capital na venda de imóveis”.

“Porém, também seria necessário a adoção de mais medidas a favor do contribuinte que compra imóveis, uma delas seria a possibilidade de usar os juros do financiamento na dedução do IRPF”, considera a entidade.

Procurada pelo Estadão, a Receita Federal afirma que o “reconhecimento da isenção foi feito com base em jurisprudência pacificada do Superior Tribunal de Justiça (STJ)”.

Fonte: Ananda Santos – Contábeis

Caged: Brasil cria 328 mil empregos com carteira assinada em fevereiro

Trata-se do segundo melhor resultado para o mês desde 2010

O Brasil fechou o mês de fevereiro de 2022 com a criação de 328.507 empregos formais, segundo balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), apresentado hoje (29) pelo Ministério do Trabalho e Previdência.

O saldo de fevereiro foi resultado de 2,013 milhões de contratações e 1,685 milhão de desligamentos. Segundo a pasta foi o melhor resultado para o mês da série iniciada em 2010, perdendo apenas para 2021, quando o saldo foi de 397.915 postos.

De acordo com o secretário executivo do ministério, Bruno Dalcolmo, esta foi a primeira vez que o total mensal de admissões superou 2 milhões de vagas, considerando a série com declarações feitas dentro do prazo. O secretário, entretanto, destacou que o resultado não pode ser considerado estrutural e que a tendência é de redução nas contratações.

“O que vemos aqui em fevereiro de 2022 do ponto de vista das admissões é algo importante a ser notado. Pela primeira vez estamos acima de 2 milhões de contratações. É claro que não é possível se afirmar que é algo estrutural e que permanecerá nesse patamar”, disse. “Temos já registrado que é natural que se espere alguma desaceleração com relação ao nível de contratação do ano passado. É um processo natural, as empresas não continuarão contratando naquele ritmo do ano passado para sempre”, acrescentou.

Os números mostram que, no mês de fevereiro, os cinco grupamentos de atividade econômica apresentaram saldo positivo, com destaque para o setor de serviços, com geração de 215.421 novos postos com carteira assinada, distribuídos principalmente nas atividades de administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais.

A indústria geral fechou o mês com 43 mil novos postos, concentrados especialmente na indústria de transformação, que gerou 38.575 postos. A construção fechou o mês com 39.453 novos empregos. Na sequência vêm a agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura que gerou 17.415 postos; e o comércio, com 13.219 postos.

Com o resultado de fevereiro, o estoque de empregos formais ativos ficou em 41.157.217 vínculos, uma variação positiva de 0,8% em relação ao estoque do mês anterior. No acumulado de 2022, foi saldo registrado é de 478.862 empregos com carteira assinada, decorrente de 3.818.888 admissões e de 3.340.026 desligamentos.

Salário

Os dados do novo Caged mostram ainda que o salário médio de admissão em fevereiro de 2022 foi de R$ 1.878,66. O valor é menor que o registrado em janeiro, com um decréscimo de R$ 61,14, o que equivale a uma variação de -3,15%.

Trabalho intermitente

Em fevereiro, o novo Caged registrou 25.396 admissões e 16.568 desligamentos na modalidade de trabalho intermitente, gerando saldo de 8.828 empregos.

Foram 5.287 estabelecimentos contratantes e 36 empregados celebraram mais de um contrato na condição de trabalhador intermitente.

“Do ponto de vista das atividades econômicas, o saldo de emprego na modalidade de trabalho intermitente distribuiu-se por: serviços (6.906 postos), construção (1.115 postos), indústria geral (422 postos), agropecuária (207 postos) e comércio (178 postos)”, informou a pasta.

Em relação ao trabalho em regime de tempo parcial, foram registradas 26.104 admissões e 16.586 desligamentos, um saldo de 9.518 empregos. Foram registrados 9.493 estabelecimentos contratantes e 158 empregados celebraram mais de um contrato em regime de tempo parcial.

O saldo de emprego em regime de tempo parcial ficou assim distribuído por setor: serviços (5.615 postos), indústria geral (2.286 postos), comércio (1.167 postos), construção (241 postos) e Agropecuária (209 postos).

Regiões

Em fevereiro, 25 das 27 unidades da Federação fecharam o mês com saldo positivo de empregos. Os destaques foram: São Paulo, com 98.262 postos; Minas Gerais, com 36.677 novos postos; e Paraná, com 28.506 postos.

Os estados com menor saldo registrado foram o Amapá, que apresentou um saldo positivo de 158 postos; seguido de Alagoas e Paraíba que apresentaram saldo negativo, ou seja, fecharam 600 postos e 1.451 postos, respectivamente.

Entre as regiões, a Sudeste fechou fevereiro com 162.442 novos postos. Na sequência vem o Sul, com 82.898 postos de trabalho; Centro-Oeste, 40.930 postos; Nordeste, com 28.085 postos; e a Região Norte, com 12.727 postos.

Fonte: Luciano Nascimento – Repórter da Agência Brasil