Dólar cai 2,15% após duas altas, a R$ 4,964; Bolsa fecha quase estável
O dólar comercial interrompeu uma sequência de duas altas e fechou em queda de 2,15% nesta terça-feira (3)
O dólar comercial interrompeu uma sequência de duas altas e fechou em queda de 2,15% nesta terça-feira (3), a R$ 4,964. É a maior queda percentual diária em mais de oito meses, desde 24 de agosto de 2021 (-2,23%). O Ibovespa, principal da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou quase estável, com leve queda de 0,1%, a 106.528,09 pontos, emendando o terceiro recuo. O mercado seguiu tendência mundial de desvalorização do dólar. Por aqui, porém, também houve ajuda do Banco Central, que interveio para vender o equivalente a US$ 1 bilhão e evitar mais um dia de alta.
Investidores aguardam a decisão dos Bancos Centrais do Brasil (BC) e dos Estados Unidos (Fed, o Federal Reserve) sobre juros. Hoje foi o primeiro dos dois dias da reunião em que as taxas são decididas. Especialistas indicam que a baixa variação da Bolsa é porque o mercado está em compasso de espera.
Bruna Marcelino, estrategista-chefe da Necton Investimentos, explica que a alta dos juros nos dois países já é dada como certa. O que os investidores estão aguardando são os comunicados sobre o que vem pela frente, diz.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Bolsa com leve alta
As commodities (matérias-primas) apresentaram desempenho positivo, e a ação com maior alta foi da SLC Agrícola (SLCE3), produtora de soja, milho e algodão, que terminou o dia com alta de 6,3%.
Enquanto isso, o destaque negativo ficou com a JHSF (JHSF3), empresa que atua nos setores de shoppings centers, incorporação imobiliária, hotelaria e gastronomia, que caiu 5,81%.
Intervenção do BC no mercado de dólar
O Banco Central realizou nesta sessão leilão de até 20 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimento em 1° de dezembro de 2022 e 3 de abril de 2023, em que vendeu o total da oferta, o equivalente a US$ 1 bilhão.
Segundo Jefferson Rugik, diretor-executivo da Correparti corretora, essa operação ajudou a alimentar a desvalorização do dólar.
O leilão havia sido anunciado na véspera, e marcou nova intervenção extraordinária do BC no mercado de câmbio, que na terça-feira passada havia vendido US$ 500 milhões em contratos de swap em meio à disparada da moeda norte-americana. Antes disso, no dia 22 de abril —quando o dólar saltou mais de 4%—, o BC chegou a vender US$ 571 milhões à vista.
O BC também vendeu nesta terça-feira 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de junho de 2022, operação que já era prevista em calendário.
Fonte: UOL