Brasil fica em 35º lugar em índice de inclusão financeira
O país está em 35º lugar, ficando atrás da Índia, Quênia, Turquia e África do Sul.
Um novo índice global de inclusão financeira, divulgado pela Principal Financial Group e o Centre for Economics and Business Research (Cebr), mostrou que o Brasil ficou em uma das últimas posições do ranking.
Dos 42 países analisados, o Brasil ficou em 35º lugar, com uma nota 33,9 , atrás de países como Índia, Quênia, Turquia e África do Sul. Os países que lideraram o ranking foram Cingapura, EUA, Suécia, Hong Kong e Finlândia.
O índice é dividido em três pilares:
- Apoio do governo;
- Sistema financeiro;
- Empregador
Países que contam com forte apoio do governo e sistema financeiro tendem a ter um nível mais baixo de suporte do empregador, e o inverso também é verdadeiro.
As economias desenvolvidas, normalmente, pontuam bem no apoio do governo e do sistema, enquanto os emergentes, geralmente, pontuam melhor no apoio do empregador.
De acordo com o Banco Mundial, a inclusão financeira implica que “indivíduos e empresas tenham acesso a produtos e serviços financeiros úteis e acessíveis que atendam às suas necessidades – transações, pagamentos, poupança, crédito e seguro -, entregues de forma responsável e sustentável”.
Para o presidente da Principal na América Latina, Roberto Walker, na região, um fator importante na pontuação comparativamente baixa é o pilar de apoio do governo.
“Dado que a maioria desses mercados são emergentes, a pesquisa revela como a colaboração público-privada é fundamental para promover a inclusão financeira.”
Segundo ele, um exemplo positivo do sistema financeiro na região é o compromisso do Brasil com um ambiente regulatório que apoia inovações via fintechs.
“A indústria de fintechs brasileiras cresceu e oferece diversas opções para as pessoas acessarem ferramentas financeiras significativas. O Brasil é atualmente líder em fintechs na América Latina e ocupa a 10ª posição geral no índice quando se trata de medir a quantidade e a qualidade das fintechs”, afirma.
No pilar apoio do governo, o Brasil ficou em 36º lugar, com nota 27,4 (a escala vai de zero a 100). Em apoio do sistema financeiro, figurou na 33ª posição (nota 35,7). E em apoio do empregador marcou a 22ª colocação (nota 55,8).
O estudo aponta que a enorme maioria dos países na parte de baixo da tabela tem uma classificação ruim nos indicadores de educação e conhecimentos financeiros, o que prejudica a inclusão financeira.
De acordo com a pesquisa, as descobertas sugerem que a inclusão financeira pode ser um indicador poderoso dos mercados de capital e riqueza da próxima geração em todo o mundo.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) faz um contraponto à pesquisa da Principal, citando o Relatório de Cidadania Financeira 2021 divulgado pelo Banco Central, que mostrou que o percentual de adultos com acesso a serviços financeiros saltou de 85% em 2019 para 96% em 2020.
“Esse avanço expressivo na ampliação do acesso a serviços e na inclusão financeira dos brasileiros foi possível graças aos bilhões de reais investidos pelo setor bancário em tecnologia ao longo das últimas três décadas, que permitiram a grande velocidade da digitalização, potencializada pelo confinamento e distanciamento social na pandemia”, disse a Febraban.
A entidade afirma ainda que ao longo das últimas três décadas, os bancos brasileiros estiveram na vanguarda da tecnologia bancária mundial. O setor introduziu importantes mudanças no dia a dia das pessoas, como o chip nos cartões de crédito, os tokens, a biometria, a internet banking e o mobile banking.
Segundo a Febraban, essas ferramentas foram incorporadas no cotidiano do cidadão e das empresas e hoje são tão comuns e fáceis como acender uma luz ou acessar a internet.
Ela lembra ainda que o Pix, criado pelo Banco Central, lançado durante a pandemia e que “contou com o apoio irrestrito dos bancos na sua implementação”, se destaca pelo potencial de democratizar o acesso a serviços de pagamento e alavancar a inclusão digital.
Fonte: Lívia Macario – Contábeis.